sexta-feira, 4 de junho de 2010

Não Exatamente

Não Exatamente

Tive você ao lado por um tempo
Não sei se exatamente “ao lado” é certo
Começou 9 meses atrás
e eu elogiei seu fino gosto
Você comentou algo que não lembro
Acho que guardei por demasiado
e contínuo tempo
essa coisa frágil que me corrompia
não exatamente a alma,
mas sua presença é o suficiente
para me causar segurança e exímia força
Você não sabe o quanto eu preferia
estar molhado da chuva,
que estar molhado por lágrimas
Eu sei bem quando algo está errado
Não preciso do seu olhar desviado
Tampouco da sua indiscrição rosa
Cara, é preciso saber quando acabar,
quando se deve dar por acabado
Precisa ser tão difícil dizer
as palavras entaladas?
Você disse “acho que você passou
dos limites...” – onde está a ligação?
Este ponto não deveria ser final
Não exatamente, não deste jeito
Éramos tão perfeitos
Você gostava das minhas mãos
Eu me ajoelharia por você
Ainda assim, algo soava errado

Minhas escamas cederam
e eu não sei pular este capítulo
Deus, não sei quem mais
me fará tão feliz
Não tão cedo você aparecerá
para me dizer “tudo bem”
Culparei o tempo, a dor, raiva
tecnologia, transcendência e a razão
Mas a culpa é minha, sei
Conheceu os lugares escuros
de minh’alma e de minha mente
Ainda assim aprovou o meu
fútil clichê de viver sem emoção
Mas, ainda, sei quando algo vai errado
e você não sabe mentir
e eu não vou fingir
hora da mudança?
não exatamente sei se é mudança
Sei que estou molhado,
E está um dia quente,
e estranho...

[ 20-12-06 ]

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