sexta-feira, 4 de junho de 2010

Terra Nas Mãos

Terra Nas Mãos

Chegando tarde
Lábios fechados, mas sujos – dele –

Sapatos na varanda e
bilhetes seus à mostra

Por que tal respiração ofegante?
Você esconde, – vejo nas suas mãos
mas mentir foge do seu
vocabulário

Se o passado está decidido
O futuro escorrega por minhas
mãos

que estão cheias de terra
cavei buracos à procura de você

Rosas eu plantei e cultivei
Mas eu que me matei, matei: morrer-me-ei
pela sua pessoa, pela sua prosa

Você não pode esconder
todos atrás de você
São muitos para seu pequeno
tamanho

que me parece frágil
mas vejo veneno em sua face

Olhos de um semi-deus-forte
Fragilidade à mostra
na sua selada superfície
Deixei-me adentrar
no covil de seu complexo interior
Carrego a
frustração

um dia amada
porém que corrói
“não combino com suas roupas”
você refugia atrás de palavras
solitárias em conjunto

Eu poderia agredi-lo
Poderia fazê-lo sumir
Mataria pela nossa
aclamada paz

Mas não irei
Ame-o
e nunca mais deixe sua
blusa em minhas mãos.

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